As seis maiores centrais sindicais com a atuação no país cumpriram a promessa e realizaram, na manhã desta quarta-feira (28), uma mobilização nacional contra a política econômica atual do governo federal e os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras. No Recife, cerca de 500 pessoas participaram do ato, em frente à sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), na Avenida Agamenon Magalhães. A manifestação é parte do Dia Nacional de Luta por mais empregos e direitos, que acontece simultaneamente nas principais cidades brasileiras.
De acordo com a presidência regional da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), participaram do ato a própria CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e CSP Conlutas. Além delas, vários sindicatos de trabalhadores ligados às centrais também participam do protesto, a exemplo do Sinteepe.
A mobilização nacional das centrais e sindicatos reivindicou a revogação imediata das medidas provisórias (MPs) 664 e 665, anunciadas pelo governo federal no fim do ano passado, que alteram as regras sobre pensão por morte, auxílio-doença e seguro-desemprego, entre outros pontos. O protesto também reforça a punição dos responsáveis pelo esquema que desviou recursos da Petrobras, deflagrado pela Operação Lava Jato, ainda sob investigação.
O protesto acontece dois dias depois de a presidente Dilma Rousseff ter garantido que “não se mexe nos direitos dos trabalhadores”. Segundo as centrais sindicais, a mobilização ocorreu pelo descontentamento com as mudanças anunciadas pelo governo no último dia 30 de novembro, já que a categoria não concorda com as medidas provisórias nem com a forma como foram anunciadas. O pacote anunciado, na análise das centrais, restringe a produção, o crédito e aumenta juros, além de prejudicar a aposentadoria e o seguro-desemprego.
Segundo o diretor da CUT-PE e também diretor do Sinteepe, Geraldo Evangelista, as mudanças no seguro desemprego proposto pelo governo prejudica muito aos trabalhadores, em especial, aos trabalhadores funcionários das escolas particulares (nossa base de representação), pois a rotatividade na categoria é grande e o aumento de 6 meses para 18 meses para ter direito ao seguro irá afastar muitos trabalhadores deste benefício.
O ato de hoje foi apenas o primeiro do ano de uma extensa agenda de mobilização organizada pelas centrais sindicais, que inclui ainda encontro com representantes do governo federal, protestos nas ruas e uma grande marcha nacional da classe trabalhadora, que acontecerá no dia 26 de fevereiro, em São Paulo.