Mesmo por motivos diversos, a classe trabalhadora está mobilizada e tomando consciência do desastre econômico, social e político do Governo de Michel Temer. Exemplos temos muitos e recentes. Seja nas mobilizações do setor educacional em torno da Conape (Conferência Nacional Popular de Educação), seja nesta greve dos petroleiros contra a privatização da Petrobrás e contra os absurdos preços do gás de cozinha e demais combustíveis, ou na paralisação dos caminhoneiros que interrompeu serviços essenciais no Brasil, percebemos a adesão espontânea dos trabalhadores e da população, forçando o consórcio golpista a, inclusive, impor o uso das Forças Armadas contra o povo. O fato é que a turma que colocou Temer no poder há dois anos tenta destruir o tecido produtivo brasileiro, mas vem recebendo a resistência dos trabalhadores e trabalhadoras.
Não fosse pelo forte apoio da mídia (Globo à frente), do judiciário (“com STF com tudo”) e do setor financeiro (bancos privados que lucraram como nunca), esse governo moribundo não estaria de pé. Por isso, todo e qualquer movimento da classe trabalhadora, mesmo que seja de forma difusa e desorganizada, merece a solidariedade da esquerda brasileira e do movimento sindical.
A educação está apresentando uma importante plataforma de lutas que veio da discussão de profissionais do Brasil inteiro, que em Belo Horizonte, reuniram-se na Conape. Ali, reafirmaram-se compromissos com a gestão democrática, com a necessidade de investimentos crescentes na educação e com as deliberações das conferências nacionais, solenemente rejeitadas pelo ministro da Educação de Michel Temer, Mendonça Filho.
Nossa reação tem sido do tamanho de nossos sonhos. Estamos resistindo aos desmandos de Temer há dois anos, mas estamos em um momento chave para nos recuperarmos de toda a destruição empreendida pelos que hoje estão governando irresponsavelmente o Brasil. O setor educacional é um dos grandes responsáveis pela conscientização da classe trabalhadora e o apoio à luta do seu Sindicato é, mais que nunca, essencial.
Participar das mobilizações é tarefa de todos e todas que querem um Brasil melhor, um Brasil que havíamos começado a construir, mas que foi interrompido violentamente com o golpe. Porém, quem sonha e realiza, não quer voltar atrás. Vamos à luta para ampliar direitos e refazer nossa soberania.
Carlos Veras | Presidente da CUT-PE